Wagno, sê bem-vindo a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores do blogue, para começar: Como que é que te iniciaste na escrita?
Desde bem novo, em meus primeiros anos na escola, eu já gostava de escrever, contar histórias. Com o passar dos anos, tentei aprimorar minha escrita, justamente através de muita leitura.

Qual o sentimento que te domina quando escreves?
O sentimento é o de poder compartilhar experiências, histórias, momentos e emoções. Também é uma forma de eternizar algo que até então só existia dentro de sua mente, dentro de seus pensamentos e na sua imaginação.

Tens algum ritual de escrita?
Não sei se chega a ser um ritual... Apenas preciso estar isolado de tudo e ter a certeza que ninguém irá me incomodar enquanto escrevo. Se perceber que existe a possibilidade de ser interrompido durante o processo de escrita, não consigo criar nem desenvolver nada com coerência. Por isso só escrevo quando estou sozinho em casa ou onde quer que seja. Escolho algumas músicas dos meus artistas preferidos, como os Beatles, Clube da esquina ou até mesmo alguns clássicos, como Mozart e Vivaldi para me inspirar e deixo os pensamentos fluírem.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?
Acho que no início era um passatempo, mas de algum tempo para cá passou a ser uma necessidade. Muitos dos textos que escrevo, servem para matar as saudades de alguma época ou de alguns momentos especiais da minha vida, como aconteceu nesse livro.

A família é segundo a tua biografia uma forte influência na tua escrita. Porquê?
Minha família sempre foi meu alicerce. Durante toda a minha infância e adolescência,  vivi cercado de pessoas que influenciaram muito a minha formação e meu caráter. Sou o primeiro neto de duas famílias numerosas. Fui filho único durante cinco anos e sempre tive muita gente da família pra brincar comigo, passear, dar-me conselhos e a me ensinar quase tudo o que aprendi na vida. Acho que deve ser por isso!


Publicaste recentemente o teu livro, “Às Margens do Rio das Velhas”. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
O livro é uma coleção de contos narrados durante uma das melhores épocas da minha vida. O título faz referência ao rio que atravessa a cidade e é uma eterna testemunha da vida dos moradores, que assim como em tantas outras regiões do estado tiveram suas histórias ligadas às atividades da mineração.

É um livro que retrata uma cidade emblemática no interior de Minas Gerais, de onde és natural. O que te levou a escrever sobre a tua terra natal?
Quando me casei em 1994, fui morar em outra cidade. Sempre tive o sonho de voltar, mas a vida foi me levando cada vez mais para longe. Hoje, minha mãe, meus irmãos e grande parte da minha família ainda moram na cidade. Meu pai também está enterrado lá. Quis prestar uma homenagem ao lugar onde passei alguns dos melhores momentos da minha vida e demonstrar uma forma de agradecimento às pessoas com as quais tive a honra de conviver. Por último, encontrei uma forma de ensinar aos meus filhos que é possível ser feliz levando uma vida simples.

E como tem sido a reação dos leitores face a este trabalho?
Percebo uma enorme expectativa e também muito orgulho das pessoas ao descobrirem que as histórias de nossa cidade foram narradas em um livro. Sinto que as pessoas ficaram felizes e bastante curiosas para lerem os contos.

Quais os temas que gostas de abordar quando escreves, para além daqueles que podemos encontrar no teu livro?
Em geral gosto de documentários sobre grandes personagens da humanidade, biografias e romances. Em algum momento quando escrevo faço referência a estes personagens.

Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais?
Sim, no ano de 2015, publiquei meu primeiro livro, dedicado a orientar jovens em início de carreira profissional. Gostei tanto da experiência que decidi escrever este outro livro, que estamos lançando agora pela editora Chiado.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
É difícil responder a essa pergunta, gosto muito do livro “O amor nos tempos do cólera”, do Gabriel Garcia Marques e de “O Físico”, do Noah Gordon. Mas talvez eu fique com a série “O Imperador”, do Conn Iggulden.

Pensas em publicar novamente?
Com certeza que sim, escrever para mim se tornou uma necessidade, além de me proporcionar um prazer muito grande!

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
Sonho em escrever um romance, quem sabe uma saga, uma série de aventuras talvez. Tudo vai depender da inspiração que virá daqui à diante.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Busco me aprimorar a cada trabalho, em tudo que eu faço, então acho que os próximos livros serão sempre melhores que o último.

Descreve-te numa palavra:
Incansável.