Olá, Sofia. Sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: como que é que te iniciaste na escrita?
Acho que tudo começou com o meu primeiro diário, tinha eu uns onze/doze anos. Desde aí acho que lhe ganhei o gosto e enchi muitos cadernos desde então! Ainda hoje mantenho um diário apesar de não escrever com tanta regularidade como antigamente por motivos de disponibilidade de tempo (com muita pena minha).

Qual o sentimento que te domina quando escreves?
Esta é difícil. São tantos! Penso que, sobretudo, é a leveza. Muitas vezes escrevo porque tenho demasiados pensamentos dentro da minha cabeça e isso consegue ser muito sufocante. Então, sinto necessidade de tirar as preocupações da minha mente e projetar para o mundo o que penso para me conseguir organizar e ficar mais calma. Escrever ajuda-me a relaxar, porque sinto que passei o peso das minhas emoções para o papel e isso já me ajudou a ultrapassar muitas fases difíceis!

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
A escrita ajudou-me a interpretar o mundo de uma maneira diferente e isso influenciou e influencia, sem dúvida, a minha maneira de ser e estar no mundo.

E enquanto escritora, o que tens aprendido?
A escrita ensinou-me disciplina em muitos sentidos. Disciplina de trabalho, sim, agora mais recentemente com a escrita do meu livro, mas também disciplina em termos de arranjar tempo de qualidade para mim mesma. Mesmo quando escrevia o meu livro, nunca o interpretava bem como trabalho, era sempre uma maneira de fugir para o meu mundo e esquecer o stress do dia-a-dia. A escrita ensinou-me que é importante valorizar-me e valorizar os outros e faz-me sempre ver o ponto positivo de todas as nossas histórias.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?
Sem dúvida alguma, uma necessidade. Não consigo passar muito tempo sem escrever, porque é como se me faltasse alguma coisa.

Estás a tirar um Mestrado em Medicina Veterinária, és vlogger nos tempos livres e já publicaste um livro. Como organizas o tempo e concilias áreas tão díspares?
Não faço ideia. Com muita ginástica, penso eu! O curso consome grande parte do meu tempo, mas sempre que arranjo tempo livre não consigo deixar de me dedicar às coisas que gosto e acho que é isso que me estimula a não desistir. É a paixão pelos meus projetos que me faz continuar e é verdade que alguns acabaram por ir pelo cano abaixo, mas muitos outros ainda estão de pé e outros tantos consegui terminar tal como aconteceu com o meu livro! Acho que tudo se resume a dedicação e à vontade que tu tens de investir nos projetos. Podem demorar mais ou menos tempo, mas acabamos por conseguir. Querer é poder!

Publicaste em fevereiro o teu primeiro livro, “Anjos da Noite”. Apesar de a sua publicação ser recente, este foi um trabalho que começaste a desenvolver em 2010. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
A ideia original surgiu-me em 2010 e escrevi os primeiros capítulos nessa altura. Trata-se de uma história de fantasia que segue as aventuras de uma rapariga chamada Sydney ao descobrir um universo paralelo ao nosso que é dominado pela magia de sete elementos naturais e por muitos seres fantásticos. À medida que a Sydney se envolve cada vez mais percebe que a magia boa está gradualmente a ser oprimida pela magia negra graças às ações de um feiticeiro antigo que a quer capturar a todo o custo. A vinda da rapariga coloca os habitantes deste mundo em perigo e a Sydney e os amigos encetam numa demanda para tentar travar o feiticeiro.
Não estive constantemente a escrever durante os oito anos seguintes. Foi um trabalho no qual pegava e largava conforme a inspiração e o tempo me iam surgindo. O enredo começou a ficar bastante complexo e nem todos os aspetos da história estavam bem delineados e houve uma altura que estive com o projeto bastante tempo parado, porque não conseguia andar para a frente sem antes pensar muito bem como unir todas as pontas soltas. Contudo, com o tempo, lá fui escrevendo e a história, o mundo e as personagens foram crescendo e tomando vida própria. Há cerca de dois anos para cá foi quando acelerei mesmo muito e consegui escrever o último capítulo no verão do ano passado!

O que te levou a escrever este livro?
Não sei bem precisar de onde tirei a ideia maluca de escrever um livro, mas penso que adveio de todos os livros que já li e vivi tantas histórias diferentes que comecei a ter as minhas próprias ideias e pensei: por que não construir o meu próprio universo? Queria mesmo escrever um livro que eu gostasse de ler e que conseguisse apaixonar as pessoas tal como tantos livros me apaixonaram a mim e decidi tentar. E depois à medida que ia escrevendo cada vez me apaixonava mais a minha história e sabia que desse por onde viesse eu tinha de saber como é que ela acabava!

Como tem sido a reação dos leitores face a este trabalho?
Ainda está muito no início, mas o apoio da minha família e dos meus amigos mais próximos tem sido mesmo muito importante para mim. Tenho amigas que já leram e adoraram ao ponto de viciar e não consigo pôr por palavras o quão isso me faz feliz e me dá forças para continuar a escrever! Espero que com o tempo consiga chegar a cada vez mais pessoas e que a história as apaixone tanto quanto me apaixona a mim.

Quais os temas que gostas de abordar quando escreves, para além daqueles que podemos encontrar no teu primeiro livro?
Penso que o que me atrai mesmo escrever são temas que abordem a criatividade, a vida, as emoções, a natureza e os segredos da mente. Não tenho muito jeito para desenvolver temas concretos e maçudos. Acho que gosto de falar mais do abstrato, se é que posso usar essa palavra. Gosto de filosofar sobre o porquê de estarmos aqui e estou constantemente em busca do significado da vida!

Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais?
Comecei este ano a escrever a continuação de “Anjos da Noite” e, à parte deste universo, tenho também outro livro em progresso. Fora os meus projetos pessoais, não tenho assim mais trabalhos dentro da escrita dignos de registo.

Na tua biografia está evidenciado o teu gosto pela leitura. Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
“Amor Cruel” da Colleen Hoover. É simplesmente apaixonante!

Pensas em publicar novamente?
Sim! Ainda não terminei esta história. “Anjos da Noite” ainda vai ter uma segunda parte na qual comecei a trabalhar este ano. Há também outra história diferente na qual estou a trabalhar e que também, eventualmente, gostaria de publicar.

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
Adorava conseguir escrever uma boa história de ficção científica. Contudo, acho que não tenho essa capacidade, hehehe!

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Agora que me lancei no mundo dos livros e tenho o meu primeiro publicado, quero mesmo esforçar-me por estar cada vez mais presente no mundo da escrita, continuar a escrever e dar a conhecer as minhas histórias ao mundo.

Descreve-te numa palavra:
Sonhadora.