Susana C. Júdice nasceu a 5 de dezembro, em Portugal, no seio de uma família humilde. Filha de pais emigrantes, cresceu nos Estados Unidos, onde muito cedo se apaixonou pela leitura e pela escrita. Levada pelo impulso criativo, dedicou a sua vida à dança e à moda. Vive atualmente em Portugal, com o seu marido e o seu dragão de estimação. Sempre pronta para um desafio, escreveu Sonho de Liberum, a sua primeira obra literária, que rapidamente se revelou como um sucesso nacional e internacional.

Apaixonada pela nova jornada literária,e motivada pelo entusiasmo dos seus leitores, lançou Segredo de Liberum, o segundo volume de uma trilogia épica.  

Olá Susana, é um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como que é que te iniciaste na escrita? Olá, Letícia! O gosto é inteiramente meu. Portanto, comecei a escrever com onze anos contudo, nunca imaginei que isso levaria, mais tarde, à publicação de obras. O meu percurso literário não se iniciou com um sonho, mas sim, com um desafio. Certo dia, o meu marido e uma amiga começaram a ler toda a minha colecção de escrita e, de forma espontânea, sugeriram que eu escrevesse um livro. Apesar de inicialmente ter achado a ideia impossível de executar, a semente dessa ideia foi deveras, lançada. 2Acordei numa das madrugadas seguintes, com uma epifania. Vislumbrei uma possível história, ainda que muito vasta. Foi então, que decidi acreditar em mim própria e comecei a escrever o meu primeiro livro, "Sonho de Liberum".

Qual o sentimento que te domina quando escreves? Sinto um enorme fascínio e prazer, misturado com o entusiasmo de uma criança! A capacidade de criar algo novo, de criar laços com personagens do nosso imaginário, de sentir vivamente as emoções agregadas a cada passagem da história, é para mim, pura magia. Render-me, ao desenrolar natural da história, é um desafio que me proporciona grande prazer. É como construir um puzzle que me transporta para outra realidade.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? Toda a minha jornada literária fez-me crescer. Amadureceu a minha visão para com o mundo e para com as pessoas que me rodeiam. Utilizando o meu percurso como exemplo, consigo tocar nos corações de outros sonhadores e inspirá-los a acreditarem, independentemente das circunstâncias. Sentir que ajudámos a mudar uma vida, com a frase certa, no momento certo, é algo, verdadeiramente gratificante. Lidar com pessoas completamente diferentes do meu habitual e abraçar desafios que, de inicio, me assustavam, obrigou-me a esse crescimento, pelo qual sou imensamente grata.

E enquanto escritora, o que tens aprendido? Enquanto escritora aprendi a confiar no meu instinto. Eu comecei, literalmente, do zero. Passei de leitora a escritora, sem qualquer ideia daquilo que eu estava a fazer. Tudo o que tinha era o meu instinto e a crença de que eu era capaz. Aprendi portanto, de que esses, são dois instrumentos fundamentais, enquanto escritora.

Tens algum ritual de escrita? Não lhe chamaria um ritual, mas antes, uma necessidade, face à minha forma de escrever. Eu só gosto de escrever capítulos inteiros, ou no pior das hipóteses, meios capítulos. Para isto, preciso de ter um dia totalmente disponível para a escrita, sem distracções. Acordar com a cabeça descansada, tomar um bom pequeno-almoço e perder-me nas minhas histórias até o sol se pôr.

Como definirias esta arte na tua vida? Eu sou uma pessoa muito apaixonada e dedicada às artes presentes na minha vida. Já o era enquanto bailarina e coreógrafa e, continuo a sê-lo enquanto escritora. Tal como diz uma citação que tanto gosto, de P. T. Barnum:  "A arte mais nobre é a de fazer os outros felizes". Para mim, fazer os outros felizes com a minha arte, é pura magia.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo? Creio que é um pouco de ambos, dependendo dos dias.

O teu primeiro livro publicado chama-se “Sonho de Liberum”. Podes falar-nos um pouco dele? "Sonho de Liberum" é um livro repleto de magia e aventura. Retrata vários tipos de amor, tais como, amor-próprio, amor de carácter romântico, amor pelos amigos e amor por uma causa. É também, uma jornada de auto-descoberta por parte da personagem principal, Gweniver. Retrata o confronto entre um mundo que ela sempre conheceu, com um mundo que fica totalmente dependente do sucesso dela. No seio desse confronto, ela tem de aprender a manusear os cinco elementos mágicos que fazem parte do seu ser: Água, Fogo, Terra, Ar e Espírito. Tudo, em função da batalha final, onde terá de enfrentar o vilão desta história, chamado Galium. É uma história que prima pelas paisagens cénicas, que são únicas nas suas características. Sente-se com facilidade as emoções de cada personagem e existe grande estima nos valores morais incutidos ao longo da leitura. Revelou-se com um grande sucesso nacional e internacional, tendo inclusive esgotado a primeira edição em pouco tempo.

Este livro integra uma trilogia. Como surgiram as ideias para compor esta trilogia? Na verdade, só decidi que iria ser uma trilogia no último capítulo do primeiro livro. Estava a gostar tanto do resultado final e, em simultâneo, sentia que ainda havia muito mais caminho a percorrer. Mais uma vez, confiei no meu instinto e a visão dos pontos fulcrais do segundo e do terceiro livro, surgiram-me, sem qualquer dificuldade.

Recentemente, publicaste a continuação “Segredo de Liberum”. Como está o público a reagir a este novo título? A reacção foi muito engraçada porque senti os leitores genuinamente curiosos com este novo livro. Como se ele transbordasse mistério, desconfiança e uma beleza exótica. Creio, que essa reacção foi consequência não só do nome, que por si, a palavra "Segredo", suscita logo curiosidade, como também pela imagem do livro. Face à parecença do nome, quis um visual totalmente diferente. Mais obscuro e agressivo, que por sua vez, vai de encontro à própria história. Estou muito feliz com o impacto que está a ter.

Quais os trabalhos que já realizaste no âmbito da escrita, para além desta obra? A minha jornada literária é ainda muito jovem, contudo, além das duas obras publicadas, fui convidada a participar no primeiro volume da colectânea de cartas de amor da Chiado Editora, chamada "Três Quartos de um Amor". O livro foi publicado em Fevereiro deste ano e conta com uma carta de amor muito especial. A minha carta "Para a minha futura criança" conquistou muitas lágrimas por parte dos leitores. Retrata todo o amor existente ao longo de um processo de adoção, para com uma criança que ainda não se conhece. Também sou co-autora de uma App que vai nascer em breve de turismo em Lisboa, onde se dá a conhecer vários pontos de interesse, de uma forma mais íntima e informal.

A tua escrita é ficcional ou tem conotação pessoal? Quanto às obras ficcionais publicadas, creio, que é seguro dizer que existe sempre conotação pessoal. Apesar de toda a história ser fruto da minha imaginação, existem pequenos detalhes que são inspirados em momentos verídicos ao longo da minha vida. Além disso, quando se constrói uma personagem, existe também a construção de carácter e, é inevitável não existir um bocadinho de mim própria em grande parte das personagens. Seja pela minha personalidade, ou aprendizagens que adquiri com o tempo.

Gostas de ler? Consideras importante ler para se escrever bem? Eu sou uma devoradora nata de livros. É uma paixão que me foi incutida desde muito nova e sim, considero essencial para uma boa escrita. Nós somos fruto das experiências acumuladas ao longo da nossa vida. No meu caso, penso que foi o enorme gosto pela leitura, em conjunto com a quantidade de livros que li, que como consequência, fez desenvolver o referido instinto enquanto escritora.

Como encaras o processo de edição em Portugal? Não tenho experiência com a edição fora de Portugal permitindo-me assim comparar, contudo tenho conhecido e conversado com imensos autores e, a minha conclusão, é que nenhum sistema é perfeito, mas nada na vida o é. Acima de tudo, na minha sincera opinião, um autor não se pode esquecer de que o sonho de uma carreira de sucesso no mundo da escrita, não é da editora, é do autor. E por esse sonho, deverá ser o próprio a lutar por ele, independentemente das circunstâncias. O primeiro passo para o sucesso literário, passa pela escrita, mas o que define esse mesmo sucesso, é a luta. Nós temos de criar as nossas próprias oportunidades, não podemos ficar à espera que simplesmente surjam, apenas porque assinámos um contrato.

Além da escrita, que outras paixões, nutres que te completam enquanto pessoa? A dança fará sempre parte da minha essência. A maternidade também é uma paixão pela qual anseio e que sinto, que me irá completar, mais ainda, enquanto pessoa. Se eu gosto de escrever emoções, tenho de as viver. Sou apaixonada pela vida e pela capacidade de sonhar.

Quais os temas que gostas de abordar quando escreves? Adoro mesmo escrever fantasia, mas a minha escrita começou com a poesia. Expulsar sentimentos através das palavras, seja de uma forma bela ou mais obscura, é algo que gosto muito e faz-me bem. Se um tema servir para inspirar o próximo, também me seduz e dou sempre, o melhor de mim em qualquer abordagem.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o “privilegiado”? Esta, é uma questão quase impossível de responder, com tanta leitura maravilhosa que existe! Ainda assim, abordando outro prisma da questão, escolheria uma obra minha por um factor muito simples - Para mim, a minha obra é muito mais que um livro. Reflecte a minha essência, a minha aprendizagem, a minha coragem, os valores que me foram incutidos pelos meus pais, os meus leitores, a crença que tiveram em mim e a crença em mim própria. Se eu tivesse obrigatoriamente de escolher, escolhia não me esquecer de tudo isso e muito mais.

Para quando, os teus leitores, poderão esperar a terceira obra? De momento, tenho de me dedicar à promoção do "Segredo de Liberum". Posso afirmar que tenho o plot do terceiro livro delineado e enquanto não o escrevo, sinto-me a amadurecer ideias. Logo que consiga ter tempo para respirar, iniciarei a escrita com calma e, espero dar notícias mais rapidamente, do que o tempo entre o primeiro e o segundo.

Se tivesses de escrever outro género literário, a qual desafio te proporias? Eu tenciono escrever outro género literário portanto, é esperarem para ver!

Imagina a tua vida sem a escrita, como seria? Conhecendo-me como conheço, seria certamente, uma vida preenchida de aventura, contudo, imagino que não seria tão completa. Estou extremamente feliz e grata por ter tomado a decisão de acreditar em mim, e iniciar esta jornada literária, recheada de magia.

Apenas numa palavra, descreve-te: Sonhadora!


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Sinopse

Quando os segredos são demasiado obscuros, entre a morte e o perdão, qual o limite do amor? Após a derrota de Galium, o rei maléfico do Reino de Liberum, Gweniver de Essentia entregou-se a uma vida que lhe preencheu a alma. Casou-se com o seu soldado, Dominic e, desse grande amor, nasceram duas crianças muito especiais – a Arianne e o Lucca. Ao longo de dezassete anos, os reinos foram embalados num equilíbrio feliz e inocente. Inesperadamente, a Gweniver volta a ser assombrada pela visão de uns jovens e temidos olhos azuis, e pela questão que lhe atormentou ao longo de tantos anos – quem era o Seth. Rapidamente, é confrontada, com a consequência de uma escolha do seu passado, enquanto vê a sua família a ser separada e colocada em perigo. Segredos sombrios revelam-se impiedosamente, colocando à prova a fé mais inabalável, com cada emoção à flor da pele. Numa incrível corrida contra o tempo, onde as diferentes perspetivas transportam o leitor de uma forma mágica, cada personagem é colocada à prova. Uma escolha, um amor improvável, uma nova ameaça e um sacrifício, entrelaçam-se grandiosamente, revelando as teias do destino, traçadas pelos deuses. Afinal de contas, tudo o que nos assustava no passado é nada, comparado com o que nos assusta no presente.