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Sinopse
Duas gerações diferentes, duas religiões distintas, uma amizade única...
Momo é um rapazinho que se aborrece na escola e em casa, junto do seu pai, um advogado infeliz. Porém, na Rue Bleue, onde mora, há mulheres pouco recomendáveis que o tratam muito bem e, acima de tudo, há o senhor Ibrahim, o merceeiro árabe do bairro, que parece conhecer os segredos da felicidade, dos quais Momo depressa aprende a tirar partido.
Depois do seu pai se atirar para debaixo de um comboio, Momo é acolhido pelo senhor Ibrahim. 
Juntos, vão encerrar a loja, comprar um automóvel e partir para o país natal do velho homem, a terra dos sábios da contemplação, do Alcorão, das suas flores e da poesia do mundo.

Opinião 
Precioso é provavelmente o adjetivo que melhor descreve a obra de Eric-Emmanuel Schmitt. O escritor que é hoje um dos 10 mais lidos da língua francesa, conhecido pelos seus romances perspicazes e emocionantes, maravilhou-nos uma vez mais com o livro do qual vos venho falar hoje.
O Senhor Ibrahim e as flores do Alcorão foi lançado em Portugal sob a chancela da Marcador em 2013 e reeditado em Setembro passado.
Este pequeno (e precioso) romance decorre nos anos 60 e tem como pano de fundo, Paris. Conta-nos a história de Momo, um menino judeu de treze anos, que se torna amigo do velho merceeiro árabe da rua Bleue.
Momo vive com o pai, um homem de poucas palavras, e toda a sua vida é envolta em mistério, perdas e tristeza. É para colmatar a falta do calor de casa que Momo trava uma amizade com o merceeiro Ibrahim, um velho acolhedor e simpático, que lhe vai ensinando diversas lições.
«Aquilo que tu dás, Momo, será teu para sempre; o que tu guardas perder-se-á para sempre!» é um dos preciosos ensinamentos que o senhor Ibrahim transmite ao jovem Momo, e que figura na capa deste pequeno livro – em número de páginas – mas gigantesco na sua essência.
Uma história onde o amor, a sabedoria e a bondade são as personagens principais.
Como Eric-Emmanuel Schmitt já nos habituou, este livro não poderia ser diferente, com uma escrita simples, delicada, com toques de humor, é um livro completo. É admirável, o que o autor conseguiu reunir em tão poucas páginas, as sensações que o autor nos transmite ao longo da leitura.
Esta obra - colocando de parte as crenças, as raízes e tudo o que nos é ensinado ao longo da nossa existência - vem afirmar o mais importante, no final de contas: somos todos iguais.
Uma narrativa pequena mas carregada de sentimento e muito bem construída. Com maravilhosas metáforas e pensamentos para todos os dias.
Obrigada à Marcador por esta oportunidade e por publicarem uma obra que todos – mas mesmo todos – deveriam ler! 
Recomendo!

Letícia Brito