MANIFESTO DA COLEÇÃO
Viajamos todos, de uma forma ou doutra. Viajamos nós mesmos, mesmo ficando em casa. Viajamos por nós ou através dos outros, com o que eles nos contam, os cenários que descrevem, os lugares onde estiveram, as pessoas que avistaram. Há viagens que interessam pelo caminho feito, outras por quem o fez. E há olhares singulares, vozes irrepetíveis: o melhor do mundo pelos melhores autores. Venha connosco.
As edições Desassossego aventuraram-se numa nova direção e juntam-se a António Araújo, grande apreciador de literatura de viagens, para apresentar esta coleção que nos mostra o mundo através do olhar distinto de vários autores consagrados.
Quarenta anos depois da sua publicação original, O Leopardo-das-Neves é finalmente publicado em Portugal.
Após a sua publicação, em 1978, foi-lhe atribuído o National Book Award de 1979, na categoria de “Contemporary Thought”, e, no ano seguinte, do National Book Award for Nonfiction. Desde então, O Leopardo-das-Neves tem sido aclamado como um dos melhores livros de viagens de todos os tempos, incluído nas listas seletas do The Washington Post e da National Geographic, convertido em obra de culto para gerações e gerações de leitores em todas as partes o mundo.
Em 1973, Peter Matthiessen e George Schaller viajaram até às remotas montanhas do Nepal para estudarem o Carneiro-azul e observarem o raro e mítico Leopardo-das-neves. Matthiessen estava igualmente numa jornada espiritual para encontrar o lama de Shey no Mosteiro de Cristal. Com o desenrolar da viagem, Matthiessen descreve o seu caminho interior e exterior, aprofundando a compreensão budista da realidade, do sofrimento, da impermanência e da beleza.
Um relato extraordinário de uma viagem física e espiritual que se converteu numa verdadeira peregrinação pela essência da vida.
Peter Matthiessen (1927-2014) foi cofundador de The Paris Review e é autor de mais de 30 livros, incluindo In the Spirit of Crazy Horse, Shadow Country e O Leopardo-das-Neves. É o único autor a ter vencido o National Book Award nas categorias de ficção e de não ficção.
O ODOR DA ÍNDIA
Pier Paolo Pasolini visitou a Índia pela primeira vez entre dezembro de 1960 e janeiro de 1961, na companhia de Elsa Morante e de Alberto Moravia. Escreveu então uma série de artigos para o jornal Il giorno, que mais tarde compilará em O Odor da Índia.
As emoções e sensações vividas são tão intensas que o levam a escrever este diário de viagem. Pasolini vagueia atentamente pela caótica realidade que encontra, uma Índia que é terna e bárbara, mágica e miserável, oprimida por tradições em declínio e, ainda assim, vibrante de cor e vida. Os templos de Benares, as noites de Bombaim, todo o encanto de uma terra fascinante e, ao mesmo tempo, o horror da existência que aí nos conduz são transmitidos com a originalidade de um dos maiores escritores italianos.
Pier Paolo Pasolini (1922-1975) é uma figura incontornável da cultura italiana do século xx. Cineasta, escritor e poeta, as suas obras controversas quebraram tabus e demonstram uma versatilidade única e extraordinária. Foi assassinado em Óstia em 1975.
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