Almas Feridas é um livro da autora portuguesa, Suzete Fraga, publicado em 2016
Este livro reúne vários trabalhos da autora, no género de contos. Alguns destes contos foram de participações em concursos literários e já foram publicados em antologias, outros são de carácter inédito, mas todos têm algo em comum: uma escrita poderosa, soberba até, munida de emotividade e de uma perspicácia tão característica da autora.
Drama, romance e fantasia, os géneros são diversos, o mais incrível talvez seja o facto de a autora se adaptar fabulosamente a qualquer um deles.
A sua linguagem rebuscada e extrassensorial aliada a um vocabulário rico e variado, são os pontos mais fortes da sua escrita.
Através da leitura do seu trabalho é possível também perceber o cuidado e a atenção que a autora tem com os detalhes, o que torna as suas narrativas intensas.
A autora tem uma capacidade nata na construção das personagens; bem delineadas e reais. De igual forma se sucede com a construção da própria narrativa, nada fica ao acaso, tudo é bem pensado. Há pesquisa, há todo um trabalho para além da escrita, que se torna evidente para o leitor e que denota a dedicação da autora.
Para além disto, cada conto passa uma mensagem, cada conto transmite uma pequena lição ao leitor, ainda que subtilmente, e isto torna a leitura ainda mais interessante.
Quando começamos a ler o trabalho da Suzete, a verdade é que não queremos parar, aliás, não queremos sequer que acabe de tão agradável que se torna a leitura.
A autora tem uma imaginação possante que prende o leitor. A sua escrita é fantástica e nota-se que Suzete domina a língua portuguesa, mas também as suas regras e aplicações.
A sua natureza eclética, no que respeita à veia literária, permite que nos apresente contos sobre os mais diversos temas, desde o alcoolismo e o efeito que tem sobre as famílias e as relações, à violência, às relações entre irmãos ao estilo de Caim e Abel, ao poder do amor e à sobrenaturalidade, fornece-nos uma mão cheia de histórias que nos recordam da nossa própria natureza e nos fazem encarar a realidade, as fragilidades e angústias do ser humano, a relação de amor-ódio que todos experimentamos em algum momento, e até o nosso lado mais altruísta.
Resta-nos, por fim, congratular a autora por esta obra e pedir-lhe que não pare de escrever. Acreditamos no seu potencial, na sua capacidade criativa e na sua dedicação, acreditamos que reúne os ingredientes para ser uma escritora de sucesso. Sabemos que o caminho é árduo, mas é possível, e esperamos que a Suzete o saiba também. Porque merece.
1 Comentários
Muito obrigada, Letícia!
ResponderEliminarDeixou-me quase sem palavras. É sempre muito bom ter um retorno tão positivo sobre o que escrevemos. Da minha parte, acresce o peso da responsabilidade: continuar a aprender e a lutar pela perfeição que me for humanamente possível. Espero ser capaz de manter o ego ao lado dos pés - no chão - pelo imperativo de não defraudar os leitores, que ignorando a minha pequenez, acarinharam-me como se de um gigante se tratasse. Eles são o melhor de mim, merecem tudo e mais alguma coisa.
Mais uma vez, grata pela generosidade das suas palavras.