Depois (COMPRAR AQUI) é o quarto livro da série sobre Felix Salinger, da autoria de Morris Gleitzman, no entanto, em Portugal, a editora optou por publicar este livro após o título A Seguir. Esta escolha deve-se ao facto de que talvez faça mais sentido que conheçamos a história de Felix ainda durante a sua infância, ao invés, de sermos imediatamente encaminhados para um futuro onde Felix relata as suas memórias à sua neta Zelda.

Compreendi esta explicação e, também para mim, fez sentido que assim fosse. É claro que estou curiosa com o título que virá posteriormente, mas estou tremendamente satisfeita com a ordem de publicação eleita pela Fábula.

Neste terceiro livro, percebemos que Felix já está há dois anos escondido num alçapão aos cuidados de Gabriek.

A narrativa começa exatamente no dia de aniversário de Felix e este jovem rapazinho reza a Ritchmal Crompton para que o seu aniversário não seja atrapalhado pelos nazis. Mas Gabriek é levado por uns homens que Felix julga que lhe possam fazer mal e, este pequeno herói, dominado pelo desejo de ajudar o seu pai «emprestado», decide sair do alçapão e seguir no seu encalço.

Assim, descobre que os homens fazem parte da resistência e após um incêndio na quinta, também Felix está decidido a entrar para a resistência e a combater as tropas nazis, que lhe roubaram os pais, o Barney e a Zelda.

No grupo de resistentes, Felix torna-se assistente do cirurgião e dedica-se a aprender, tal como Gabriek lhe sugerira, também durante este tempo, trava amizade com Yuli, uma jovem resistente, que encara como a sua mãe «emprestada».

Felix é uma das personagens mais comoventes que já li. Apesar de todas as experiências dolorosas que se vê obrigado a enfrentar, Felix mantém-se bondoso, crente na humanidade do próximo e positivo perante o futuro.

Ver o mundo através dos olhos de Felix tornou a leitura emocionante e fez-me, em alguns momentos, lacrimar. Embora seja ainda um rapazinho, é notória a maturidade que vai ganhando ao longo da narrativa e nos brindando com o seu espirito, acima de tudo, repleto de esperança.

Este foi um livro tocante, à semelhança dos anteriores. Com uma linguagem doce e própria da idade de Felix, o autor conseguiu com mestria transportar-nos para a vida e o tempo deste menino de 13 anos e esta é mais uma das razões pela qual esta obra deve ser lida, não apenas pelos mais jovens, mas para derreter o coração dos adultos.

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