A Lua de Joana
foi uma verdadeira surpresa! Um livro intemporal, que ao longo dos anos tem
feito as delícias dos leitores, e que, no entanto, eu ainda não conhecia. Mas já
conhecia, sem dúvida, a escrita da autora.
Maria Teresa Maia
Gonzalez tem um talento nato para a escrita, com uma linguagem bastante
acessível, escorreita e que vence pela simplicidade, entendo agora, que estas razões
aliadas à narrativa polémica e atual da história, tornam A Lua de Joana tão
grandiosa.
Joana Brito tem
quatorze anos e perde a amiga Marta, vítima das drogas, ao longo de toda a
narrativa, vamos conhecendo e esmiuçando a vida e os sentimentos da
protagonista através de cartas que escreve à amiga para ajudá-la a superar a
perda e as crises da adolescência.
Mas isto não é
tudo, a família de Joana, é bastante atual, o pai ausente devido ao trabalho, a
mãe focada nas últimas modas, o irmão mal-educado, a avó que tenta impor algum
respeito… Personagens da vida real, personagens reais.
É através destas
cartas que vamos acompanhando o amadurecimento de Joana, bem como, as suas dúvidas
e receios, os momentos especiais, os momentos menos bons.
Joana é
diferente. É inteligente. É madura. Mas não deixa de ser uma criança, e
choca-nos perceber que a verdade é que o mundo está, de facto, sujeito a estas
situações, e a crianças a seguirem más influências, e a perderem-se por
caminhos menos saudáveis.
A morte é um
tabu, mas este livro, prova-nos que é preciso terminar com os tabus. É preciso
falar, refletir, pensar, lutar e sobretudo não menosprezar os adolescentes e as
suas experiências.
Um livro, que
tal como referi, é intemporal, com temas sempre atuais. Um livro que choca. Que
marca. Para ler. E para reler. E nos acompanhar, sempre.
Letícia Brito
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