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Mais uma vez, a Margarida Rebelo Pinto surpreende os seus fieis leitores com um romance que tem tanto de ternura como de coragem.

São-nos apresentadas três personagens fulcrais no decorrer da narrativa; a Maria do Mar, uma mulher forte, independente, com dois filhos e divorciada, o Henrique, um sedutor nato, com os seus cinquenta anos, continua vigoroso e charmoso, pai de um rapaz e de uma menina com problemas de anorexia, solitário, após a partida da terceira personagem; a Catarina, uma famosa atriz, apaixonada por Henrique, mas que se vai embora da sua vida, ao dar-se conta de que aquele homem não se dedicava de forma alguma à relação.

A Maria do Mar frequenta uma terapeuta, na tentativa de resolver os seus problemas emocionais, relacionados às relações amorosas, em parte, pelo infância conturbada, pautada pela ausência do pai.
O Henrique por conselho da namorada que o deixou, resolve frequentar também ele uma terapeuta.

A história torna-se divertida, à medida que percebemos que estas duas personagens frequentam a mesma terapeuta, e ela, decide escolher um dos seus pacientes, porque a Maria do Mar e o Henrique acabam por envolver-se e usam-na para se resolverem entre eles, mas qual ela escolherá?

O Henrique por ser um homem que anda na “roda do ratinho” como diz a Maria do Mar, acaba por tornar-se instável, nunca se sabe o que esperar dele, ou se estará presente nos momentos especiais ou nos complicados, e tudo isto faz com que a Maria do Mar que conheceu a Catarina numa viagem a Londres, decida investigar o passado do seu namorado.
As vidas tornam-se incompatíveis e a dado momento, o atual amor de Catarina cai numa cama de hospital e o filho de Maria do Mar entra em coma – por possível irresponsabilidade da parte de Henrique, esta pseudo-familia encontra-se toda no hospital no mesmo momento e como diz a Catarina, «os milagres acontecem devagar», é exatamente a partir desta frase que a Maria do Mar decide recomeçar, e nesse recomeço, será que o Henrique, sedutor sem perspectivas de mudar, inconsequente, muito semelhante ao Peter Pan, ainda que arrependido e possivelmente apaixonado pela Mariazinha, como lhe chamava, poderá fazer parte da vida da mulher que afirma amar?

Os milagres acontecem devagar, surpreendeu-me pela perspicácia da narrativa, pela simplicidade, e pela dose de humor, felicidade e sentimentos bonitos que nos proporciona durante a leitura.

Esta obra de excelência da Margarida Rebelo Pinto, mostra-nos que nem sempre as pessoas que amámos são as certas para nós, que às vezes precisamos abdicar daqueles que gostamos para podermos encontrar a felicidade.

E esta obra mostra sobretudo a qualidade de escrita da Margarida, bem como o final de todo impensável, mas maravilhoso, sim, as mulheres são fortes. Mais do que pensam. E muitas vezes subestimadas. Mas a Maria do Mar não faz parte desse grupo, que se deixa morrer por amor, que perde noites de sono e que se conforma com uma vida assim-assim.

Qual será o destino destes dois?

Recomendo a obra e agradeço à Clube do Autor pela confiança no meu trabalho!


Um beijinho,

Letícia Brito