Da parceria com Editorial Bizâncio, foi-me cedido um exemplar do livro Khadija, a Mulher de Maomé, o primeiro volume da trilogia de As Mulheres do Islão, dentro da categoria de Romance Histórico.


Sipnose
O nascimento do Islão começa por ser a história de uma mulher, Khadija. A primeira mulher do profeta, a mulher que o amava quando ele era apenas um jovem caravanista. Durante dez anos de felicidade, impõe Muhammad aos poderosos clãs. Durante toda a sua vida Maomé apoiou-se em três figuras eternas da feminilidade: a mãe, a guerreira e a confidente. As Mulheres do Islão: Este é o 1º vol. da nova grande epopeia de Marek Halter. O segundo volume será intitulado Fatima, a Filha de Maomé e o terceiro Aicha, a Bem-Amada de Maomé.



Marek Halter, o autor
Escritor e ensaísta devotado à causa dos direitos humanos, nasceu na Polónia e a sua infância foi marcada por dificuldades, desde a vida no gueto de Varsóvia, aos campos de refugiados do Usbequistão. Vítima da violência anti-semita, que marcou a Europa dos anos 40, dedicou-se – desde que se instalou em França – à militância contra o racismo e o anti-semitismo.


Critica 
Sendo eu uma jovem que denota desejo constante de aprender e curiosidade relativamente à história da humanidade, iniciei a leitura deste primeiro volume da trilogia do escritor polaco, Marek Halter, que conta a história do nascimento da terceira religião monoteísta, o Islamismo, do ponto de vista feminino.

Podemos dizer que Maomé foi muito bem sucedido na construção de seu "império de negócios" a partir da sua perseverança na construção de uma reputação pessoal e marca pessoal muito confiáveis. Maomé aplicou o que seria equivalente hoje à ética empresarial moderna. Essa boa reputação pessoal e comercial foi essencial na vida de Maomé.

Nesta obra, é-nos invocada a vida da primeira mulher que assumiu um papel de relevância na implementação da religião e na vida do seu profeta, Muhammad (Maomé).

Os cidadãos de Meca eram conhecidos pelas suas caravanas de camelos e negócios. O caráter comercial dos árabes é refletido na figura do patriarca do Islã, Maomé, que, já quando tinha 12 anos de idade, participou do grupo de comércio de seu tio Abu Talib para a terra de Sham, que queria expandir-se.

Khadija bint Khowaylid foi a primeira esposa do profeta e a primeira pessoa a converter-se à religião pregada pelo marido. Khadija era uma viúva rica, envolvida no comércio de Meca. Apesar da diferença de idades – a história dá-nos a ideia de que Maomé teria cerca de vinte e poucos anos e Khadija estaria na geração dos trinta – que tantas vezes fizeram esta mulher questionar-se sobre se seria correto seguir o seu coração, esta diferença não foi impedimento para a união da qual nasceram quatro filhas e um filho.

Este livro foca-se, essencialmente, na figura da mulher, cuja beleza e inteligência são denotadas. 

Embora, Maomé seja personagem crucial, os acontecimentos que abarcam esta história são vistos pela perspectiva de Khadija, quase se pode dizer, que esta seria uma feminista do século VI-VII d.C. Mulher que rompe convenções e de personalidade audaciosa e forte, numa época em que se vivia sob a espera, devoção e o temor dos deuses, bem como a vontade de dar filhos homens aos maridos para que estes prosseguissem os negócios da família.

Na reta final da obra, esta aborda, superficialmente, os retiros espirituais de Maomé para as montanhas, onde, terá sido visitado pelo anjo Gabriel, que lhe comunicou que Deus o havia escolhido como profeta. 

Assim terá começado uma luta pelo poder, mas também um amor! Onde a força de uma mulher pode ser bem maior do que um homem que se acha poderoso!

Foi uma leitura muito agradável com personagens poderosas e bem caracterizadas que me prendeu a atenção da primeira à última página. Com uma narrativa coerente e envolvente, fui conquistada por este autor, e claro a tradução impecável, também é louvável.